As limitações não precisam nos definir.
Elas podem ser um ponto de partida para nos desafiar e nos movimentar.
Quando trabalhamos com uma pessoa com mobilidade limitada, precisamos usar nossa criatividade e conhecimento dos objetivos dos exercícios de Pilates para garantir a eficácia dos exercícios e a segurança dos alunos.
E devemos ter a constante vigilância do instrutor. Ele deve estar sempre atento, ajustando o equipamento, proporcionando apoio na medida certa, garantindo que a execução do aluno esteja sempre correta.
Seria fácil dizer: faça 10 repetições disso, 10 repetições daquilo. Mas isso não garante um trabalho eficaz.
O instrutor precisa ter um bom conhecimento dos princípios do método Pilates para fazer as adaptações adequadas nos equipamentos.
Pegamos como exemplo uma aluna tetraplégica, sequela de neuro mielite óptica, uma doença autoimune progressiva que causa uma inflamação da medula que afeta a sensibilidade e causa fraqueza e controle motor dos
músculos do tronco e membros inferiores e superiores. Ela procurou o Pilates para melhorar a sua postura.
Para melhorar sua postura, precisamos fortalecer os músculos estabilizadores da coluna. Mas como ela não tem controle da cintura para baixo, precisamos encontrar esta centralização pelos membros superiores.
Na tetraplegia geralmente ocorre um enfraquecimento desigual dos dois lados do corpo, causando um desequilíbrio do tronco e escoliose vertebral.
Então é interessante fazer um trabalho unilateral, para fortalecer o lado mais frágil e alongar o lado mais contraído.
Breathing with the bar no Spine Corrector
O Spine Corrector oferece uma base sólida que já tira ela daquela posição curvada para frente. Como o quadril já fica mais baixo que o peito, ajuda a alongar o lado mais contraído.
Por que começar uma aula com exercícios de respiração?
A respiração é algo com a qual uma pessoa com tetraplegia consegue se conectar e controlar. É uma base para ela construir sua consciência corporal e integrar seu corpo e mente.
A coordenação entre respiração e movimento, os estímulos táteis para ela lembrar quais músculos engajar, a atenção aos detalhes. Tudo isto trabalhando junto para que ocorra uma mudança física e mental.
Parece simples, mas para uma pessoa com movimento limitado a coordenação e controle são bem desafiadores.
Mas com a correta instrução, esta pessoa pode experimentar os mesmos benefícios do Pilates que qualquer outra pessoa.
Quando conseguimos compreender as necessidades do aluno, conseguimos criar um plano de trabalho que funcione para eles.
Muitas vezes nós olhamos para as limitações.
Mas é possível mudar nosso foco para olhar para as possibilidades, e poder encorajar nosso aluno a desafiar seus limites.
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